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quarta-feira, junho 14, 2006

"Pomba Branca"



Pelo céu reluzente,
Voas deslizando
Por entre o vento.
Num voo plano,
Atinges uma velocidade
Impossível de alcançar.

«Pomba Branca»
Voas atrás
De algo indispensável.
Sendo o teu símbolo
A paz.
Procuras através do céu
A calma que representas.

Quando passas és vista
Como um sonho,
Sendo uma causa idealista
Aquela que queres passar.
Bem que tentas tornar
O mundo mais calmo,
Mas parece em vão!

Ao olhares para baixo,
A tua causa se recolhe,
Porque são muitas as evidências
Que comprovam
O contraste com que se defronta
A racionalidade da tua essência.

Mas qual é a diferença
Entre o que simbolizas,
E o que vês cá em baixo?
Foi num voo razante,
Que viste quais são
As diferenças,
Sendo uma visão de dor.

«Angustias, libertavam medos.
Dores, originavam ferozes ruídos.
Corpos, davam origem a um
Cemitério a céu aberto.
Bombas, mutilavam corações.
Sangue, levava nele
Impetuoso cenário.
Balas, penetravam na mente,
Quebrando a ligação
Com a vida...»

É assim descrito
O contraste,
A que te referes.
Ficaste aterrorizada
Com tamanha barbaridade,
Com tão sanguinário
Que foi o período
Em que desceste.

«Pomba Branca»,
Para onde vais tu agora?
Sem me responderes,
Vejo-te a ir embora,
Desaparecendo
No infinito.

sábado, junho 03, 2006

"Liberdade, um direito"


A mulher,
Aquele ser indefeso,
Mas que por alguns anos
Se manteve preso.
Onde os homens abusavam,
Os seus direitos negavam.
Recusavam
Até o seu estatuto
De liberdade.
Mas passado,
Um certo tempo.
A chave abriu a grade.
Uma chave em forma de protesto,
Onde esse manifesto
Hierarquizou os seus direitos.
Mas os actos imperfeitos
De violência,
Escandalizam hoje em dia.
Da sua inocência,
O Homem obtém a sua sabedoria.
Aquilo que me entristece,
É saber que ela
Em alguns países ainda padece.
Infelizmente isto acontece,
Nem sei se isto vai mudar.
Sei que ela não vai parar de lutar,
Sei que desta prisão,
Um dia há-de se libertar.