-->

sexta-feira, março 04, 2011

Árvore da Paz

Todos os dias
Eu caminho por debaixo de ti.
O meus passos, guias
E tão tranquilo nunca, me senti.
Que boa sensação
Me transmite
Cada flor que cobre
Os teus ramos.
Ao vento faço um convite.
Um convite nobre,
De levar, não só a quem amamos,
Cada flor tua
Até ao interior de cada pessoa.
A flor actua
E espalha uma «calma» tão boa.
Fazendo-nos acreditar
Que a «Paz»
É o nosso refúgio mais seguro.
Chego-me a admirar,
De como o sitio onde estás,
Ainda continua puro!
Este meu espanto
Vem pela razão, de esta Terra
Ter perdido seu encanto.
Uma «Guerra»
De tamanha renitência,
Põe em causa a tua sobrevivência.
A cor branca,
Deixa de existir
E a cor vermelha vem cobrir,
Este novo «Mundo».
Por múltiplas e ambíguas razões,
Derrama-se sangue em elevadas porções.
Matar; Disparar; Ferir; Atropelar;
Roubar; Mentir; Rebentar,
São actos de carácter risível,
Que já fazem parte do dia-a-dia.
Nenhum parece punível,
O que me tira a alegria.
A cada hora que passa,
Acontece uma desgraça.
- Árvore da Paz,
Liberta as tuas flores,
Para que elas possam amenizar
O interior das pessoas más.
Que não haja ambivalência nos louvores.
A partir de «Hoje», nos iremos tratar,
Por seres Humanos e, não por «Senhores».
- Árvore da Paz,
Só perto de ti,
Eu fico em «Paz».

quinta-feira, março 03, 2011

Dúvidas





Verdadeiramente,
O que esconderá
A paragem súbita do coração,
Quando provoca a morte?
O que haverá,
Realmente,
Depois, dela cumprir a sua missão
E nos levar da vida?
Que segredos esconderá?
Esta vida terá
Mesmo continuação
Num corpo frio
Sem se notar movimentos de respiração?

Dizem que é da natureza do Homem
Deixar a carne e partir,
Mas até onde chega a ir?
Onde estará a porta que a alma abre
Ao desprender-se do ser?
Para onde irão
As almas que voam
Ou perfuram o chão?
Tanto um sitio como o outro,
Têm de ser amplos,
Ou não cabem todas elas.

E serão as que se perdem,
Aquilo a que damos o nome de «espíritos?»
Qual será a razão
Desse invisível regresso
Ao reino dos vivos?
Talvez seja,
Porque achou injusto ter
De o deixar
E ainda deseja
Por aqui caminhar.

Um corpo frio e incolor,
Pode lá deixar sair
Alguma coisa de dentro de si,
Estando verdadeiramente morto?
Então como pode libertar uma luz,
Logo após alcançar a sua meta?
E que luz é essa que nos guia
E diferencia o santo do pecador?
O cadáver ali dentro de uma caixa,
Deixa-se ser triturado pela terra,
Ficando apenas o esqueleto!
Como um monte de ossos
Liberta alguma coisa?

Estas são no fundo,
As minhas dúvidas.
Mergulhadas numa incerteza profunda.
Estas minhas suspeitas
Tornarão menor a minha fé;
A minha devoção;
A minha crença;
O meu credo?
Ou será menos sentida a minha oração
Pela existência delas?
Não. Não. Não!
Acredito em Deus
E no filho seu,
Como acredito
Num poema meu.