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sexta-feira, maio 04, 2007

Canção






Canto a solidão
Tormentosa
Do meu coração.
Os dias sem aquela
Pessoa formosa
Estão a dar cabo
Das minhas recordações,
Porque se perdem
Em repetidas ilusões.

Magoam-me seguidamente,
Visto que ela
Não está aqui
À minha frente.
E eu sozinho
Vou cantando
A solidão
Que vou deixando
Nesta folha
Sem gratidão.

Mesmo apesar de a cantar
Com o mesmo sentimento
Que me permite dizer,
Pelo significado
Da palavra amar,
Mas desencontro-a dos meus dias,
Transformando-a em fantasias.

Canto as noites tristes
E envolvidas em visões
Sem alma, nem corpo.
Vazio, como aquele quarto escuro
Que alguém invisível procuro.
Meus olhos estão incapacitados
De te ver
E meu coração, de te sentir.
Em nenhum dos dois lados
Sua presença foi detectada.
A não ser na força do meu amor,
Porque na escuridão
Não existe nada!

Canto o meu coração.
Canto a minha solidão.
Canto o canto da minha paixão!

sábado, abril 14, 2007

Situações alarmantes















Os valores de outrora
Nos tempos de agora
Foram quebrados.
Entre cada parceiro
Não há respeito,
O amor verdadeiro
Já não se sente no peito.

Dizem que é sentido no corpo,
Onde um filho indesejado
Para este mundo é mandado,
Sem nenhuma informação.
O planeamento familiar
Não se vê nesta situação.

Jovens viram pais
Sem mente para tais...
Procuram só nessa altura
A ajuda que existe,
Mas a ignorância é que persiste.
No planeamento familiar
O agregado
Pode ser controlado.
Debatendo as medidas
Devidas, para que uma família
Numerosa
Não sofra de forma dolorosa,
Por não ter condições.
A qualidade de vida desses filhos
Será muito escassa.

Estando esses pais ausentes,
Acontece uma desgraça
Porque o filho procura as más companhias.
No rosto deles não se vêem alegrias
Já que os dias
São passados sem mãe, nem pai.
O tempo de ter em casa os dois,
Já lá vai.

«A mulher tem o dom
De gerar um novo ser.
É um momento lindo,
Como o desabrochar de uma flor.
Vê-lo crescer,
Como cresce uma planta
Quando brota.»

Sei que, por vezes
Algo corre mal
E a irresponsabilidade
Para o feto foi letal,
Porque consultar um médico
Era o ideal.
Esse filho não nasceu,
Com tristeza
Infelizmente o perdeu.

Não estando o corpo preparado
Para ter uma segunda gravidez
Logo após à anterior,
Repouso a ele deve ser dado.
Aquilo que aconteceu da primeira vez,
Assim possa ser evitado.
Um espaço de tempo
Entre cada gravidez é aconselhável,
Para a mãe e para o bebé
É o mais saudável.
Que o parto corra bem,
É o mais provável.

São situações alarmantes
Estas que mencionei.
Num tempo moderno como este
Isso acontece,
Mas porquê ainda não sei.
Parece que a evolução
Nem toda a população favorece.
Deve haver algum interesse
Para que isto seja corrigido,
Mas o esforço é que não é sentido.

terça-feira, abril 03, 2007

Dia da Mentira



Hoje é o primeiro dia de Abril,
O dia da mentira.
Ela não é muito aceite,
Mas neste dia
Deve haver alguém que a respeite!
Mas reflectindo profundamente,
Estou convicto
Que certamente
Haverá alguém
Que se aproveite dela não só nesta data.

Os mentirosos benditos,
Podem-se servir da mentira
Sem olhares malditos.
Também o pecador
Pode fazer uso dela à vontade,
Porque ninguém precisa de depor
Contra essa barbaridade.
No dia a dia a calunia
É que ocupa terreno
E a mentira é o fruto
Desse veneno.
A verdade mais sincera
Ela definha,
O pobre inocente
Apanha a sentença
Que não convinha
Ao verdadeiro culpado.

Na aldeia pregam partidas
Logo pela manhã.
Começa-se o dia
Com a alegria
De enganar um familiar.
Quem engana
Espera obter uma abonação,
Enganando com convicção.
Caindo numa diligência,
Passa oficialmente pela verdade
E o inocente fica atrás de uma grade.



Existem muitas formas de mentir
E muitas razões
Para ela existir.
Cabe ao ser em questão
Escolher o método mais eficaz
De a proferir.
Mas aquele que cativar
Com uma mentira
É um sincero mentiroso.
Essa poção maldosa,
Torna-o um ser maldoso.
Que é bastante perigoso
Para o mais sensível coração.

O bem,
Vence o mal.
Mas pena que o bem
Tão tarde vem.
É irrisória
A facilidade que é
Encontrar uma mentira,
Mas um coração de boa fé
Muito raramente aparece.
- Por que isto acontece?

quinta-feira, março 22, 2007

Gato branco atropelado



Um impulso
Faz-me olhar para o chão,
Vejo um gatinho
Morto na estrada
E sinto um aperto no coração.
Supostamente, foi atropelado,
Mas será que o carro
Não podia ter travado?

Que pessoa será essa,
Matando um inocente gato
Que calmamente a estrada atravessa?
O Homem é que veio ocupar
Cada espaço
Habitado pelos animais.
Por favor, quando veres um animal
Na estrada
Não o mate mais!

O carro com que te deslocas
Tem muita utilidade,
Mas numa fatalidade
A morte desse ser provocas,
Sem a consequência
De um julgamento,
Mas ao longo da tua existência
És julgado no momento!

Sei que deves sentir prazer
Em atropelar um animal,
Mas esse mal
Acaba por fazer sofrer
Aquela criança que o via como amigo.
Sendo assim,
Ele não era menos do que tu,
Porque vêem em ti o mesmo,
Não concordas comigo?

A cor branca
Simboliza a Paz
E é a mesma daquele gato
Onde um oposto acto
A ela,
Contribuiu para a sua morte.
Não encontras a calma em ti,
Mas não precisas
De envolver os animais
Com a tua Guerra.
Não a leves
Aos outros seres desta
Bendita Terra.
Mas não precisas
De envolver os animais

terça-feira, março 13, 2007

Mundo alugado



É notável o grau de independência
Que o Mundo tem
Para com o Homem.
Visto que,
«O Mundo não precisa do Homem,
O Homem é que precisa do Mundo».

Todo o vento que sopra,
Que vem de longe
Recolhe as sementes de algumas plantas
E as leva para lugares distantes.
Essas germinam
Sem a ajuda do Homem.
Até os animais selvagens
Servem de transporte.
Sempre com sorte
Elas chegam a algum lado,
Mas aquele incêndio
Quebrou o destino traçado.

O que é para o Homem escremento,
Para alguns animais é alimento.
Comem as sementes nele existente
E as levam para longe dali,
Fazendo crescer árvores aqui e ali.
Só como o Homem não é nada prudente,
Destrói o habitat dos animais
Sem um acto previdente.

A desflorestação
É uma prática
Que elimina a flora
E ao mesmo tempo condena
A fauna.
Não é nada pequena
A consequência proveniente disto,
Deixando o registo
Que o Homem está a destruir
O Mundo que o deixou existir.

Uma árvore dá frutos
E o Homem colhe-os para alimento.
Só não vejo nele algum agradecimento,
Porque diabolicamente
Queima o seu sustento.
É o oxigénio que a Natureza produz
Que sustém o Homem.
Ela dá-lhe tudo
E o que ele lhe dá?

- Dá-lhe enormes cidades
Que dão origem a infinitas fatalidades.,
Destruindo hectares de floresta.
Pequenos espaços verdes
É o que ainda resta.
- Dá-lhe uma densa poluição,
Poluindo o pulmão
Da grandiosa Natureza.
Polui os rios com líquidos,
Matando centenas de peixes.
- Dá-lhe armamento para a pavonear,
Mas um manto de sangue
E escombros
Se espalha por ela.
- Dá-lhe ciência para investigarem,
Não descansam
Até a alterarem.
- Dá-lhe muito mais,
Mas só geram problemas ambientais.

- Estão a destruir um «Mundo alugado»,
Onde usas e abusas dele,
Mas um dia o preço será cobrado!

sábado, março 10, 2007

Ceia de Páscoa




Um pão em cima de uma mesa
Jesus Cristo partiu
E dividiu-o
Pelos seus discípulos.
Nesse gesto ser-lhes-ia incutido
O dom da partilha,
Só aquele pão
Deu para alimentá-los.
Algo que não acontece
Nos dias em que a fome
Os corpos das crianças enfraquece.
A refeição num pão
Lhes foi servida,
Mas hoje em dia
Nem numa migalha é garantida.

Aquilo que faz
Com que a Páscoa
Seja mais doce
É a doçaria nela existente,
Mas falar dela
Não é muito pertinente
Porque há muita falta de caridade.
O individualismo
E aquele egoísmo
Que vejo nas pessoas
Me fazem perguntar:
- Por onde voas
Ó igualdade,
Neste mundo
Onde falam de ti
Mas se contrapõem a desigualdade?

O coelho traz os ovos
E as amêndoas,
Servem a doçura
Só onde o dinheiro perdura.
Sei que a alma mais pura
Utiliza uma conjectura
Para adoçar um lar.
O rosto triste
Deixa de se ver,
Aquela criança
Pode saborear
Os doces que a Páscoa costuma trazer.
Alguém um ovo de chocolate
Te ofereceu,
Dentro dele
Ela escondeu
Uma nova vida.
Agora mais colorida
Pelas cores da Páscoa.
Agradece-lhe com carinho,
Porque não te deixará
Andar sozinho.
- Pegarei no lápis
Quando for preciso,
Porque sirvo-me da poesia
Para ver em ti um sorriso.

Além dos doces,
Desejo que não falte afecto.
Que a Paz e a União
Se mantenham por perto!
Não há mais nada a pedir,
O dia de Páscoa podem servir,
Mas façam toda a gente sorrir!

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Sensível




Sou sensível
Ao nascimento de um bebé.
Àquele ser indefeso
Que passou nove meses preso
E com força decide sair.
Lhe foi concebida a benção
Que o trouxe para o colo da sua mãe.
Nos braços acolhido
Sente algo familiar,
Agora sabe que está protegido.

O facto de eu ser sensível
É por parecer mágico
O nascimento de um ser tão doce.
- Como é possível
Para alguém, ser algo trágico?
Tanta doçura
E imensa ternura
Envolvem esse acontecimento.
Que coisa mais pura
E notada em cada rebento.
Daí este meu
Grandioso sentimento.

Admiro todo o ser
Que sai
Da barriga de uma mãe.
Só peço:
- Desse ser com amor cuidai,
Porque ele é o «vosso tesouro»
E é digno de ter
Do seu lado
As duas metades
Que o fizeram nascer.
Não há gesto mais benigno
Do que o acolher
No mais imaculado paraíso.
(Em que possa ter
Pelo menos um pouco de paz,
Mas sendo no paraíso
Acredito que seja capaz
De crescer
Sem saber o que é uma bomba,
Ou a morte.
Causada
Sem motivos,
Sem nada!)

Assistir de perto
Ao seu crescimento,
À sua evolução biológica
E intelectual
Deve ser algo tão especial.
Ver nele
O reflexo de vós, pais!
É mesmo algo divino
Aquele sorriso risonho
De quando era um menino.
É o sonho
Que acalenta o vosso coração
No dia em que já é um homem
E quer a sua independência,
Mas vocês não deixarão de pedir protecção
Com frequência,
Sendo ele ainda aquele bebé tão lindo.

Sensível sou
Ao bebé que já fui.
Todos eles são iguais,
Têm os mesmos pais.
Dá-lhe toda a atenção,
Guia-o pela boa educação.
O significado
De um filho é carinho,
Por isso não o deixes sozinho!

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Retrato sem rosto




Sombra,
Vejo em ti o meu retrato.
Sem rosto,
Nem traços
Mas és o meu...
Em ti estão presentes
Apenas os contornos
Da fisionomia do meu ser.

Ninguém te pode julgar
Como me julgam.
Ou deitar defeitos
Em termos de aspecto,
Da maneiro como fazem comigo.
Passas despercebida,
Mas a minha simples aparência
Parece ser cingida
Pelas pessoas que te pisam.
Por aquelas palavras de uma maligna superioridade
Sou desterrado,
Às vezes expatriado
Porque dão-me outra nacionalidade,
Negando-me o estatuto de português
E eu que adoro o meu «querido Portugal.»
Se não acham o mesmo vocês
Não me condenem a mim,
Mas sim
Os maus Governantes do meu país,
Que o fazem sofrer,
Magoando-o, já que põem
Os demais portugueses contra ele.

Ao longo destes dezoito anos
Não sofreu nenhuma alteração
O meu retrato sem rosto.
As mudanças estão em mim,
Não em ti.
Sei que os problemas,
Essas tantas opiniões
São exclusivamente direccionadas a mim
E não à tua invisível existência.
Tu és o disfarce
Daquilo que sou,
Por me julgarem
Sabendo onde estou.
Viro a moldura
De um quadro vazio,
Pelos rumores dum falso cicio.

Meu corpo
Priva a luz,
Não o atravessa
E aparece ela,
Mas aquele ciciar
A meu respeito irrita-me.
Sinto o coração
A bater no meu peito,
Só que não bate em ti,
Por isso diferente és tu
E não eu!
Apesar disso
As pessoas gostam de me inferiorizar.

Sou um ser com sentimentos,
Não um fantoche
De comentários
Desnecessários.

Sombra,
Deixa-me abrigar em ti.
Leva-me daqui...

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Ser...


Ser igual a ti,
É um caminho incerto.
Um objectivo traçado.
Uma realidade sentida,
Sendo a minha
A continuação da tua vida.
Além de ser uma escola,
Onde és o professor
E eu através das tuas lições
Dou ainda mais valor
Ao meu lado distensor.

Ser como tu foste
E como és,
É o percurso que hei-de seguir,
Uma estrada,
Mas que nela duas vezes
Não vou passar;
Um principio inalterável
Por ser fiável.
Também já é a minha maneira
De viver,
Pensar
E de reflectir.

Ser semelhante a ti,
É mais do que uma ideia predefinida,
Um modo diferente de estar
Em contacto com a Poesia.
Uma cultura que pretendo preservar,
Um credo religioso,
Um espaço mais ditoso.
Acaba por ser a parte espiritual
Da minha doutrina.

Ser interiormente igual a ti,
Mas sem utilizar palavras difíceis,
É o que quero ser
Porque sempre te admirei.
As personalidades em que te multiplicaste
Um fascínio em mim libertaram.
Quero que tu e eu
Possamos conduzir
o lápis,
Para que eu
Ultrapasse o próprio limite.

Ao ser igual a ti,
Posso tratar a poesia devidamente.
Apaixonadamente,
Da maneira como me ensinas
Escrevo o que começaste.

sábado, fevereiro 10, 2007

Clandestino...



É aquele que deixa o seu País Natal
E se aventura numa viagem perigosa
Até à Terra Prometida,
Só que está escondida
Nas costas de uma promessa duvidosa.
Ao longo da sua passagem
São frequentes os perigos mortais.
Todos quilómetros têm minas reais,
Mais reais que a hora da chegada.
Toma muitas formas cada empecilho,
Dificultando, até então, aquele trilho.
Perante o perigo
Sente seu sonho a enfraquecer,
Pelo facto do percurso extenso
Não estar a correr bem.
Vê ameaçada a sua esperança,
Foi num instante
A vinda daquela preocupação,
Mas esse não era o dia ideal
Para a transição!
A via marítima que escolheu,
Do seu objectivo se esqueceu,
Porque num naufrágio ele pereceu.

Também é aquele sobrevivente
Que fez a mesma viagem,
Motivado pelo mesmo sonho,
Mas com mais sacrifício.
Em condições desumanas,
Desde a partida,
Encontrou a Terra Prometida.
Quando recorda
Tudo pelo que passou,
Lamenta cada alma
Que nas águas negras mergulhou.

terça-feira, janeiro 30, 2007

Voa poesia


Voa poesia,
Como se fosses uma pomba.
És livre,
Por isso voa.
Sobe ao céu
E espalha por cada pessoa
Um pouco da tua magia.
Não significas
Propriamente «fantasia»,
Mas serve-te dela
Para dares ao Mundo alegria.

Voa sem receio,
Porque eu quando leio
Voo também
Em conformidade contigo.
Sê o abrigo
Daquele esquecido ser.
Daquele mendigo
Que não tem culpa de o ser.
Num momento chocante
Me fizeste conhecê-lo.
(Ele ao cair
Bruscamente no chão,
Fez tremer meu coração.
As pessoas passavam,
Para ele olhavam
E disparatadamente sorriam).
- Como alguém pôde sorrir
Com aquela situação?
Mas eu ajudei-te a levantar,
Comigo pudeste contar!
A tua «miserável pessoa»
Tem prestigio neste poema,
Porque ganhaste o meu respeito.

Poesia,
Voa pra toda a gente.
Não distingas ninguém,
Porque ficarás abrigada
No coração que te sente!
És uma força Universal,
Para mim és Vital.

Voa poesia,
Voa por mim
Porque assim sei
Que sempre terei
Uma companhia.

Voa poesia,
Para devolveres singularidade
A este Universo.
Tens a capacidade
De mudar tudo,
Conduzindo cada alma
A um longínquo regresso.

Voa poesia,
Voa porque te peço…

sábado, janeiro 27, 2007

Viva a vida



«Viva a vida»,
Mas não impeça
Um bebé de a viver.
Ele também tem o privilégio
De nascer.
Você passou
Pelo mesmo.
Na barriga da sua mãe
Desenvolveu as capacidades
Para se integrar
Neste Mundo
Que mata um ser
E acha que tem o direito
De o fazer.
- Mas isto não é um crime?

O ser já formado
Na barriga da sua mãe
É cruelmente assassinado.
Como ela pôde ter coragem
Para isso,
Saindo ele morto?
O correcto é ela dar a vida,
Não a tirar
Por pensar que está
A resolver um problema.
Na realidade esta maligna atitude gere
Ainda um maior.

- Admiro tanto o elo de ligação
De uma mãe
Com o seu rebento,
Com o seu filho.
Esta é a única união
Onde existe um sincero sentimento.

O mesmo coração que bate em ti,
Bate também no ser
Que está dentro de si.
Se o impede de bater
É o mesmo que impedir
Você mesma de viver.
Com alguns traumas vai ficar,
Será que vale a pena arriscar?
Não existe resposta para esta pergunta,
Porque o «aborto» é um veneno letal.
A vida é bela,
Não elimine a célula
Que você fecundou.

Toda a gente diz:
«Que a morte não é a solução»,
Por isso não me mates,
Ouve a minha respiração!

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Não minto


Da mesma maneira
Que escrevi todos
Os poemas que já saíram
Deste solitário ser,
Escrevo mais este.
Mas pretendo pôr
Qualquer coisa diferente neste,
Verso por verso,
Eu deixo transparecer a verdade.
Tenho-a sempre presente
Em cada movimento do lápis.
De dentro do meu alvéolo,
Meu coração,
Sai com exactidão
O sentimento mais puro.

Não minto às palavras,
Deixo sempre meu frágil âmago
Falar por si.
Nunca menti
E jamais mentirei
Em cada poema que escreverei,
O meu «eu»
Nem existiria
Se a mentira sobressaísse
Pela vez do meu amor.
Este principio imutável,
Conduz a minha vida de escritor.
As letras libertam
A imunização
Livrando-me da solidão.

Não te minto «Poesia»,
Tendo uma relação
Mais próxima contigo,
Muito mais íntima...
Esta intimidade
Faz-me sentir saudade,
Quando não tenho tempo
Para escrever.
Até ao meu último dia
Sentirei o mesmo que sinto.
Será igual o gosto
Que tenho em te ouvir.
- Prometes que não me vais fugir?

Não minto
Porque te sinto.
Não minto
Porque preciso de ti.
Poesia,
Por favor, fica aqui!