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domingo, dezembro 31, 2006

A beleza da mulher


A beleza da mulher
Está no seu interior.
Na sua alma perdura
A sua boniteza
Que imerge na pureza.
Por vezes o corpo esconde isso,
Impedindo-a de ser feliz.
Há sempre alguém
Que deixa que o corpo
O iluda
E por vezes o seu interior
Não é descoberto,
É ignorado sem razão.
O corpo é só uma ilusão!
É injusto,
Ninguém ver além
De um pedaço de pecado,
Porque no fundo da sua alma
É que está guardado
O lado encantado
De cada mulher.
A beleza interior
É superior
Ao desejo sem pudor.
Dentro de si
Está algo tão lindo
Que só nela descobri.
Aquela doçura no olhar
Derrete qualquer coração.
Toda a mulher desperta sedução.
Só não podes fechar
O teu coração.
- Mulher,
És preciosa demais
Para te deixares rebaixar
Pelos caprichos do Homem.
O que seríamos nós
Sem ti?
Nem quero imaginar
É melhor este poema terminar,
Mas tenta sempre sorrir,Só o teu sorriso nos pode conduzir...

sexta-feira, dezembro 29, 2006

Liberdade sem limites



A Liberdade do Homem é sem limites.
É livre no que faz,
Ao ponto de não optar pela paz.
Prefere a Guerra,
Que o impede de viver.
Escolhe as armas
E dita livremente a sentença.
Julga pelas próprias mãos,
Deixando viver os maus.
Vidas inocentes desta maneira fenecem,
Muitas crianças padecem
Por causa de uma bala,
Ou de uma bomba
Que fez seus pais indeferirem
A dádiva de Deus.
«A vida!»

Homem,
A tua Liberdade é sem limites
Porque resignaste
Dos ensinamentos da Cristandade.
Desde há muitos anos
Que a tua doutrina
Se chama «Crueldade».
Sem regozijo nenhum
Eu sou um,
Ou mais um
A não contemplar
Essa tua nova religião,
Por parecer mais uma reclusão.
O vosso adestramento
É demasiado violento
Para eu participar nele.
Afasto-me precipitadamente,
Não te vejo como gente!

É mesmo uma Liberdade sem limites,
Ages sem nenhuma formalidade.
Ultrapassas cada condicionalismo
Conduzindo este Mundo
Ao abismo.
(Por favor, interpreta este poema
Como uma admoestação.
Pára por um instante
E ouve teu «coração»).

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Merecer




Todo ser merece viver,
Tem o direito de deixar
A sua assinatura
Depois de falecer.
Quando isto não perdura,
É, porque alguém preferiu esquecer
Aquele que já partiu.
Quebrando assim a ligação,
Que já não se mantém
Através de uma recordação.

Cada ser merece caminhar
Por esta vida,
Sem temer a partida
Por parte alheia.
Há sempre alguém que semeia
Sementes que enfraquecem
O próximo.
Deve ser, porque enlouquecem
E matam-no sem explicação,
Dizendo que isso foi um pedido
Do seu Senhor. Do seu Deus.
- «Pôde Ele pedir tal coisa?»

Nenhum ser deve receber carinho
Em doses desiguais.
Um coração cheio de espinhos
Não lhe ofereças mais,
Porque ele merece conforto.
Guia-o até ao porto,
Não o deixes à deriva no mar.

Todo ser merece viver abrigado,
Porque esse direito lhe foi consagrado
Quando na barriga
Ficou os noves meses
Aos cuidados da sua mãe.
Inibido de qualquer perigo
Desenvolveu-se nesse abrigo.

Cada ser merece uma mãe,
Da mesma forma um pai.
Nenhum dos dois o deve
Deixar, por ter uma influência
Grande no seu crescimento.
Essa carência
Será lembrada em cada momento.
Isso será como uma cicatriz,
Jamais será um ser feliz.

- «Escrevi este poema no geral,
Mas sofro desse mal.
Em pequeno fui abandonado
Pelo meu pai.
Não o julgo por ainda ser
Adolescente e não saber
O significado dessa palavra.
Também o meio em que vivia
Contribuiu para essa anomalia.
Mas aqui estou eu sem pai,
Ele pode não merecer
Este ser que está a escrever…
- «E eu não mereço um pai?»

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Sozinho em casa




«Enquanto aquecia o café
Senti vontade em escrever.
Não sabia ao certo o que dizer,
Mas a folha queria apaziguar
Aquilo que me estava a magoar.
Que me estava a inquietar.»

- Estou sozinho em casa,
Sozinho com meus pensamentos,
Com meus tormentos.
O meu pensamento está virado
Para aquelas crianças
Que passam fome e frio.
Eu aqui em casa agasalhado,
Mas alguém pôde estar
Sozinha na rua.
Não me consigo animar,
Porque a culpa não é sua,
Se está ao relento!

Além de estar congelada,
Também pôde estar com fome.
Tanta comida é desperdiçada
E ela nem sequer um pão come.
As pessoas passam por ela,
Mas como são muito ocupadas
Nem sequer reparam nela.
Tanta roupa é deitada fora,
Mas nem esse gesto de caridade
As pessoas fazem.
Tanta soberba
No coração delas é encontrada,
Que me dá vontade de chorar.
Ao sua barriga a roncar,
Só me apetece gritar:
- «Acordem, acordem...
Este ser indefeso
Precisa de ajuda!
Para quê tanto desprezo
Se podia ser teu filho?»
Não interessa a cor,
Ou a sua religião.
Qualquer criança tem direito à adopção,
A uma segunda oportunidade.
É de carne e osso
Como qualquer outra,
Dentro de mim
Não há nenhuma distinção.

O meu tormento
É que se avizinha o Natal
E nesse momento especial
Alguma criança pôde estar
À procura de um lar.
Não sente aquela harmonia,
Nesse momento de alegria.
O que é fantasia,
Vira escuridão.
«O que vocês
Sentem no coração?»
Se sentissem alguma coisa
Lhe davam a mão
E ela agradecia com um sorriso.
Um gesto como esse
É o que é preciso
Numa época como esta.
Para este Natal
Ser igual em todo o lado.

- «Da minha parte,
Sem excepção
Deixo aqui os votos
De um Feliz Natal
E um próspero Ano Novo.»