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segunda-feira, dezembro 11, 2006

Sozinho em casa




«Enquanto aquecia o café
Senti vontade em escrever.
Não sabia ao certo o que dizer,
Mas a folha queria apaziguar
Aquilo que me estava a magoar.
Que me estava a inquietar.»

- Estou sozinho em casa,
Sozinho com meus pensamentos,
Com meus tormentos.
O meu pensamento está virado
Para aquelas crianças
Que passam fome e frio.
Eu aqui em casa agasalhado,
Mas alguém pôde estar
Sozinha na rua.
Não me consigo animar,
Porque a culpa não é sua,
Se está ao relento!

Além de estar congelada,
Também pôde estar com fome.
Tanta comida é desperdiçada
E ela nem sequer um pão come.
As pessoas passam por ela,
Mas como são muito ocupadas
Nem sequer reparam nela.
Tanta roupa é deitada fora,
Mas nem esse gesto de caridade
As pessoas fazem.
Tanta soberba
No coração delas é encontrada,
Que me dá vontade de chorar.
Ao sua barriga a roncar,
Só me apetece gritar:
- «Acordem, acordem...
Este ser indefeso
Precisa de ajuda!
Para quê tanto desprezo
Se podia ser teu filho?»
Não interessa a cor,
Ou a sua religião.
Qualquer criança tem direito à adopção,
A uma segunda oportunidade.
É de carne e osso
Como qualquer outra,
Dentro de mim
Não há nenhuma distinção.

O meu tormento
É que se avizinha o Natal
E nesse momento especial
Alguma criança pôde estar
À procura de um lar.
Não sente aquela harmonia,
Nesse momento de alegria.
O que é fantasia,
Vira escuridão.
«O que vocês
Sentem no coração?»
Se sentissem alguma coisa
Lhe davam a mão
E ela agradecia com um sorriso.
Um gesto como esse
É o que é preciso
Numa época como esta.
Para este Natal
Ser igual em todo o lado.

- «Da minha parte,
Sem excepção
Deixo aqui os votos
De um Feliz Natal
E um próspero Ano Novo.»

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