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segunda-feira, fevereiro 27, 2006

" O homem e a morte "













O homem e a morte
Nunca se encontram...
Parece que se desencontram
Numa oposição tão forte.
Ele é, até ao fim dos seus dias,
Permanentemente, macerado
Pela proporção de cada pecado.
Esta degenerescência
Que consome as convenções
Feitas, nas suas confissões.
Pelos vistos, ele não garante
Um lugar aqui,
Quando mostra algum arrependimento diante
De ti...
Mas que ser sem castidade,
Não merece tamanha divindade.
Aquele Deus, que lhe deu a vida,
Vê a sua fé detida
Nas promessas que fez,
Mas que delas se esqueceu.
Na hora, ele se emudeceu...
Por saber como és,
Deus, vê na morte
A pena pelas tuas más acções...
Aqui não há excepções,
Porque não é uma questão de sorte.
Quando a morte assume o seu papel,
Não me pergunto, por onde andarás,
Porque sei que aqui já não estás...
Sei que pode ser cruel
O seu aparecimento,
Mas ela aparece, por causa do teu consentimento.
Isto é muito mau,
Mas és tu, que permites que isto aconteça.
Desta vez desceste o degrau,
Que te manterá afastado desta vida.
E que lá prevaleça,
A tua ferida,
E que seja eterna a tua partida...

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

" O corpo "



O corpo é o que diferencia
O homem da mulher.
Não é pela aparência
Que devemos escolher,
Ou achar qual é o mais perfeito.
Pelo mesmo Deus, cada um foi feito,
Mas em nós, por vezes, isto não tem
O mesmo efeito.
Aquilo de diferente que retém,
É o sexo oposto.
Deste modo nos foi proposto,
Um método de reprodução,
É só para isso a sua utilização.
Algumas vezes, esse momento é mal fruído,
Porque com aparecimento do prazer,
Serve-se deste modo imbuído,
Para essa tentação satisfazer...
Se eu sou um ser,
Também o és,
Apesar de seres diferente da cabeça aos pés.
As pessoas, é que precisam de se convencer,
Que aquilo que vemos por fora,
Não é o que sentes por dentro.
A vossa vaidade, é que elabora
O processo, do qual, resulta esse descontentamento.
Deveu-se essencialmente à injúria,
A prática desta incúria.
O corpo, é a peça mais coerente,
Que se desleixa no decorrer do tal acidente.
Do corpo se liberta o desejo...
O sexo, um vicio sequioso
Que se molha nas caricias do tesão.
Quando alguém o encovar,
Aquele corpo ali enterrado,
Num plúmbeo deitado,
A sua saliência já não o deixa saciar
A vontade que lhe foi destinada.
Sua alma se sente indignada,
E desse tal corpo, não sobrou nada...

sábado, fevereiro 18, 2006

" Meu caminho "



O meu caminho é viver
O meu caminho é cantar
O meu caminho é ser
Eu, e não mudar.
Se Deus me consentir,
Por muito tempo aqui vou andar.
Se ninguém me proibir,
De viver não vou deixar.

O meu caminho é escolhido
Apenas por mim.
O meu caminho está a afastado do fim,
Porque me fui permitido
Caminhar livremente por esta vida.
O meu caminho não se cruza
Com a tua partida.
O meu caminho não se descruza
Do meu nobre objectivo,
Já que estou tão pensativo.

O meu caminho é o mais certo
O meu caminho é o mais directo
O meu caminho é o mais correcto,
Se alguém procurar um abrigo
Claro que pode contar comigo.
Se alguém correr algum tipo de perigo,
Que desabafe, porque está aqui um amigo.

O meu caminho é aquilo que canto,
Não me surpreende esse espanto.
O meu caminho é a minha filosofia,
Também faz parte dela, a fantasia.
O meu caminho é a minha própria poesia,
Lado a lado, com a minha própria cultura.
Canto em qualquer altura.
O meu caminho é aquilo que sou,
Já passaram 17 anos, e nada mudou.

O meu caminho é o meu
O meu caminho é tudo aquilo que aprendo
É tudo aquilo que não compreendo,
Porque apenas existe o meu eu.
Se alguém disto me quiser desviar,
Começo logo a avisar,
Que isto não vou permitir,
Porque o meu eu, ninguém consegue destruir.

O meu caminho é a lua,
O meu caminho é aquela rua.
Foi naquela rua que começou
O meu caminho.
Parece que de mim se apoderou,
Aquele teu carinho.
O meu caminho é a tua presença,
É isto, que faz a diferença.

O meu caminho,
É apenas o meu caminho,
Mesmo que ande sozinho...





terça-feira, fevereiro 07, 2006

" No meu caderno "



No meu caderno de estudo,
Cada vez que pego nele,
Vejo lá o teu nome escrito.
Num vocábulo mudo,
Sinto que ele,
Não está apenas lá, porque acredito
Que há muito entrou dentro de mim.
Isso deve ter algum fim,
Porque não paro de chamar por ti...
Só não sei o que faz ali...

Mas não está escrito apenas naquele,
Porque aquele
Caderno a que neste poema me refiro,
É apenas uma parte do meu suspiro.
Como é um caderno diário,
Escrevo-o à procura de um comentário
Que justifique ali a sua presença.
Penso que já não faz diferença,
O sitio onde ele se encontra,
Em cada verso
Com meu coração se reencontra.
Parece que não é contra,
Esse espaço adverso...

Tenho a sensação
De ouvir tua voz
A pronunciar aquele nome tão sugestivo.
Saem do meu coração,
Promessas, mas ainda estamos sós.
Por isso, é um passo negativo,
Queria mesmo ser teu.
Meu ser ainda não aprendeu
Que não queres nada comigo.
Sinto algo inseguro,
A cada momento que passo contigo.
No teu interior, um sim ainda procuro.

No meu caderno descrevo-te,
Este poema agora escrevo-te
Para contar-te
Que são muitas as regalias
Que me fazem pensar em ti.
Um pouco da minha dor alivias,
Ao trazer-te para aqui...

" Alma solitária "



Uma alma solitária é a tua
E a minha,
Mas às vezes a sua
Existência, vinha
Fazer-me companhia.
Nesses momentos não estava sozinha!
Por que é que não podemos
Juntar as duas numa só?
Como se déssemos um nó,
Pelos vistos, a mesma coisa queremos,
Separados, nada fazemos
Aqui neste mundo solitário.
Não sei se o teu pensamento
É contrário
A este meu sentimento.

Minha alma solitária, só existe
Porque a tua não se cruza
Com ela, quando estou contigo.
Confesso que fico triste,
Já que a solidão me acusa,
De ser eu próprio a rejeitar o abrigo
Que se esconde num olhar.
Quem me dera, poder libertar
De um só vez, este meu amor.
Apenas tenho receio que não lhe dês valor.

Essa tua alma solitária,
Não existe ao meu ver,
Por saber como resolver
Esta oportuna situação.
Escrevo com o coração,
Onde te guardo a ti,
E cada lembrança...
Em todo o poema não sairei daqui,
Pela esperança
Que me transmites quando sorris.
Estou muito feliz,
Já que enquanto escrevo
Eu a cada verso recebo
A visita dessa alma solitária.

Ainda bem que percebeste,
O importante que é cada minuto
Do teu lado.
Parece que me recebeste,
Apesar de ser num escasso intuito.
Penso que já foi mencionado
Nos outros poemas esta conclusão,
Só que agora digo com muita precisão,
Que o meu amor por ti, não é uma ilusão.

Minha alma solitária
À tua quer-se juntar,
Por isso, não me agrada esta situação...
Por favor, não impeças essa união.
É ao teu lado, que quero ficar,
Saber que do meu lado podias
Por isso, não me agrada esta situação...
Alcançar a felicidade que procuras.
Na imaginação uma porta me abrias,
Mas parece que ao mesmo tempo me censuras...

Minha alma solitária,
Procura-te neste poema,
Onde encontro-te neste tema.
Dá uma chance à minha alma,
Porque senão, ela não se acalma...
Não se acalma...

Amo-te...