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quinta-feira, março 22, 2007

Gato branco atropelado



Um impulso
Faz-me olhar para o chão,
Vejo um gatinho
Morto na estrada
E sinto um aperto no coração.
Supostamente, foi atropelado,
Mas será que o carro
Não podia ter travado?

Que pessoa será essa,
Matando um inocente gato
Que calmamente a estrada atravessa?
O Homem é que veio ocupar
Cada espaço
Habitado pelos animais.
Por favor, quando veres um animal
Na estrada
Não o mate mais!

O carro com que te deslocas
Tem muita utilidade,
Mas numa fatalidade
A morte desse ser provocas,
Sem a consequência
De um julgamento,
Mas ao longo da tua existência
És julgado no momento!

Sei que deves sentir prazer
Em atropelar um animal,
Mas esse mal
Acaba por fazer sofrer
Aquela criança que o via como amigo.
Sendo assim,
Ele não era menos do que tu,
Porque vêem em ti o mesmo,
Não concordas comigo?

A cor branca
Simboliza a Paz
E é a mesma daquele gato
Onde um oposto acto
A ela,
Contribuiu para a sua morte.
Não encontras a calma em ti,
Mas não precisas
De envolver os animais
Com a tua Guerra.
Não a leves
Aos outros seres desta
Bendita Terra.
Mas não precisas
De envolver os animais

terça-feira, março 13, 2007

Mundo alugado



É notável o grau de independência
Que o Mundo tem
Para com o Homem.
Visto que,
«O Mundo não precisa do Homem,
O Homem é que precisa do Mundo».

Todo o vento que sopra,
Que vem de longe
Recolhe as sementes de algumas plantas
E as leva para lugares distantes.
Essas germinam
Sem a ajuda do Homem.
Até os animais selvagens
Servem de transporte.
Sempre com sorte
Elas chegam a algum lado,
Mas aquele incêndio
Quebrou o destino traçado.

O que é para o Homem escremento,
Para alguns animais é alimento.
Comem as sementes nele existente
E as levam para longe dali,
Fazendo crescer árvores aqui e ali.
Só como o Homem não é nada prudente,
Destrói o habitat dos animais
Sem um acto previdente.

A desflorestação
É uma prática
Que elimina a flora
E ao mesmo tempo condena
A fauna.
Não é nada pequena
A consequência proveniente disto,
Deixando o registo
Que o Homem está a destruir
O Mundo que o deixou existir.

Uma árvore dá frutos
E o Homem colhe-os para alimento.
Só não vejo nele algum agradecimento,
Porque diabolicamente
Queima o seu sustento.
É o oxigénio que a Natureza produz
Que sustém o Homem.
Ela dá-lhe tudo
E o que ele lhe dá?

- Dá-lhe enormes cidades
Que dão origem a infinitas fatalidades.,
Destruindo hectares de floresta.
Pequenos espaços verdes
É o que ainda resta.
- Dá-lhe uma densa poluição,
Poluindo o pulmão
Da grandiosa Natureza.
Polui os rios com líquidos,
Matando centenas de peixes.
- Dá-lhe armamento para a pavonear,
Mas um manto de sangue
E escombros
Se espalha por ela.
- Dá-lhe ciência para investigarem,
Não descansam
Até a alterarem.
- Dá-lhe muito mais,
Mas só geram problemas ambientais.

- Estão a destruir um «Mundo alugado»,
Onde usas e abusas dele,
Mas um dia o preço será cobrado!

sábado, março 10, 2007

Ceia de Páscoa




Um pão em cima de uma mesa
Jesus Cristo partiu
E dividiu-o
Pelos seus discípulos.
Nesse gesto ser-lhes-ia incutido
O dom da partilha,
Só aquele pão
Deu para alimentá-los.
Algo que não acontece
Nos dias em que a fome
Os corpos das crianças enfraquece.
A refeição num pão
Lhes foi servida,
Mas hoje em dia
Nem numa migalha é garantida.

Aquilo que faz
Com que a Páscoa
Seja mais doce
É a doçaria nela existente,
Mas falar dela
Não é muito pertinente
Porque há muita falta de caridade.
O individualismo
E aquele egoísmo
Que vejo nas pessoas
Me fazem perguntar:
- Por onde voas
Ó igualdade,
Neste mundo
Onde falam de ti
Mas se contrapõem a desigualdade?

O coelho traz os ovos
E as amêndoas,
Servem a doçura
Só onde o dinheiro perdura.
Sei que a alma mais pura
Utiliza uma conjectura
Para adoçar um lar.
O rosto triste
Deixa de se ver,
Aquela criança
Pode saborear
Os doces que a Páscoa costuma trazer.
Alguém um ovo de chocolate
Te ofereceu,
Dentro dele
Ela escondeu
Uma nova vida.
Agora mais colorida
Pelas cores da Páscoa.
Agradece-lhe com carinho,
Porque não te deixará
Andar sozinho.
- Pegarei no lápis
Quando for preciso,
Porque sirvo-me da poesia
Para ver em ti um sorriso.

Além dos doces,
Desejo que não falte afecto.
Que a Paz e a União
Se mantenham por perto!
Não há mais nada a pedir,
O dia de Páscoa podem servir,
Mas façam toda a gente sorrir!