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quinta-feira, março 30, 2006

" Fazer justiça"










Quem faz justiça,
Não a faz por ser justiça,
Mas por ser a forma
Mais plausível,
De inverter a situação
A seu favor.
Assim a palavra justiça
Perde seu valor.
Deste modo, comete-se
Antes uma injustiça,
Antecipando aquela represália.
No encalço desta analogia,
Entre o fazer justiça
E um acto de vingança,
Dá-se uma semelhante
Reviravolta, ao ponto
De se levar avante
Esse ressonante confronto,
Tendo em conta cada vertente.
É como uma monomania inerente,
Já que, é equivalente
A uma obsessão.
Não foi apenas essa insinuação,
Vinda desse acto maldoso.
«Que decidiu, que fosse tão doloroso.»
Liberta-se desta melancolia,
Exprimindo a sua força,
Aquilo que não convinha,
Ganha a tal disputa.
Com isto, praticaste esse acto
Por vingança,
E não para fazer justiça.

sábado, março 25, 2006

" Fazer o que é certo "



As pessoas não se devem ressentir
Se optam por fazer
O que está certo.
Ninguém tem de se sentir
Indignado, com uma atitude
Como essa.
Ao fazermos o que é certo,
Por vezes, podemos libertar
Aquela pessoa daquele peso.

Sentirmos desprezo
Por causa desse nobre gesto
Não é o mais correcto.
Foi de uma certa maneira
Um acto selecto,
Tendo em conta o tempo que demoraste
A tomar essa acertada decisão.
Até compreendo porque hesitaste,
Mas tomaste-a com precisão.

Fazer o que está certo,
Será um bom motivo
Para andarmos felizes,
Afinal foi uma coisa boa
Aquilo que fizeste.
Como a verdade, por vezes, magoa,
Mesmo assim, a melhor altura escolheste.

A mentira foi chacinada
Pelo rompimento da corrente
Que manteve essa dúvida
À superfície...
Só depois de tantas indecisões
É que soubeste o que era mais certo.
Procuraste por várias.
Várias foram aquelas
Horas que passaste
À espera de encontrares
O tal momento
Para lhe contar a verdade.
No percurso do vento,
Encontra-se a reflexão
Sobre o resultado
Dessa certeza extinta.


Nada se opôs à tua revelação,
Porque a verdade
Estava no teu coração.
Saiu de dentro dele
Como um desabafo fulminante.
Naquele instante,
Quebraste esse silêncio.
Fazer o que é certo,
Implica dizer
Ou fazer,
O que achámos mais sensato.

Fizeste o que é certo,
Apesar de o resultado ter
Sido tão incerto.

segunda-feira, março 20, 2006

" Aquilo que procuro "


Aquilo que procuro,
Só alcançarei no futuro...
A vida pregou-me uma partida,
Parece que fiquei sem saída.
Pelo destino fui atraiçoado,
Pelos meus pais fui abandonado,
Apesar de viver
Com aquela mulher
Que para ela
A palavra mãe, não tem nenhum significado.
Não sei se devia ficar calado,
Mas estou tão revoltado.
Por tantas coisas já passei,
Com muita fé no coração aqui cheguei,
Com muito esforço, nisto me tornei.

Pelo aquilo que passei
Só eu sei,
Mas não estava sozinho
Nesta situação,
Porque já existia o meu irmão.
Está difícil encontrares o teu caminho,
Não te preocupes que eu sempre
Te darei a mão,
Por isso, peço-te, segue em frente
E deixa o passado ausente,
Porque quero ver-te sorridente,
Sei que consegues, sê valente...
Bem sabes que serei
Sempre teu amigo,
Conta sempre comigo,
Acredita que jamais te trairei.
Juntos passamos pelas mesmas dificuldades,
Por vezes, sem necessidade,
Talvez por crueldade,
Não eram sinceras aquelas verdades.

Se não fossem os meus avós,
O que seria de nós?
Ficaríamos sós...
Eles nos acolheram
E isso não aconteceu,
Eles nos escolheram
E esta união permaneceu,
Aí a esperança se ergueu...
Claro que eles merecem o nosso respeito,
Por aquilo que por nós têm feito.
Todas as crianças têm o direito,
De ter uma família e um lar,
Com isto que as pessoas se deviam preocupar.
Queixam-se que há muita criminalidade,
Mas os culpados são vocês,
Porque os vossos filhos não sabem educar.
E não me venham com porquês,
Porque pelas ruas, vocês os deixam andar,
E isto assim não tem como mudar.

Chamo de minha mãe, à minha avó,
Mas por a vida ser tão injusta
Novamente estou só,
Porque há uns anos ela faleceu.
Viver sem ela tanto custa,
Porque o seu sentido
Minha vida perdeu.
Apesar disto não me sinto perdido,
Sei que ela lá de cima olha por mim,
Estou mais perto dela assim...
Pelo meu irmão, também olhará...
Quando ele precisar, ela o ajudará...
Jamais o abandonará...
Dele até ao fim, cuidará...

Refrão:

Aquilo que procuro
Só encontrarei no futuro.
Outrora estava tudo escuro,
Mas quando a mão no meu peito pus,
Comecei a ver uma luz
Que me conduz,
Para uma nova vida.
Pelos vistos ainda não dei esta partida
Como perdida...
Lutarei por uma segunda oportunidade,
Que vou vencer, ninguém me garante...
Mas como tenho muita força de vontade,
Estou mais confiante...

Aquilo que procuro,
Só encontrarei no futuro,
Outrora estava tudo escuro,
Mas agora é diferente.
Porque tua força dentro de mim está presente.
E eu estou aqui,
Pronto para seguir em frente,
Acredita, jamais me esquecerei de si...
Jamais me esquecerei de si...
De si...

terça-feira, março 14, 2006

" Essa és tu "


Essa és tu,
O ser mais lindo
Que alguma vez vi...
Neste poema estou indo,
Para ao pé de ti.
Encontro obstáculos e algo mais,
Mas desistir jamais.
Chego, não chego, um dia chegarei,
Lá te encontrarei,
Mas lá não ficarei...
O tempo não me deixa,
Mas meu coração tanto se queixa,
Porque quer habitar o teu,
Quer juntar a ele o meu...
Devo estar mesmo a sonhar,
Para disto falar...
Podes acreditar,
Que eu dava tudo para contigo falar.
Falar, mas de algo sério,
Deixar de lado meu mistério.
Ir directo ao ponto,
Sermos as personagens de um lindo conto.
Fascinas-me tanto,
Acho que não sabes o quanto.
Enlouqueces-me a cada sorriso,
Eu aí até paraliso.
Esse teu sorriso,
Tem a luz que eu preciso.
Uma luz, que renova a minha alegria,
Seria bom, ter sempre a tua companhia...
Isto, é apenas um sonho meu,
Mas queria conquistar o coração teu...

" Já não deixo "



Já não deixo de pensar nela,
só foi agora que percebi,
que preciso muita dela,
fui para ela que nasci.
não sei... ela é tão bela...
Mas talvez seja ela,
aquela que meu coração procurava,
depois de tantos dias de solidão,
do meu lado, naquele dia ela estava,
e foi aí que apareceu esta paixão...

Paixão, sem fim...
Claro que foste feita para mim...
Muito tempo já passou,
até que a encontrei...
Ao meu coração regressou,
o sentimento que há muito deixei...
Agora sei o que quero,
se não a tiver desespero,
porque deixarei de existir...
Quero é ver-te sorrir,
jamais te irei desiludir....

Já não deixo de pensar em ti,
Onde procuro
A lembrança de um dia contigo...
Foi através da tua ausência que percebi,
Que o meu amor não é prematuro...
Se estivesses comigo,
Poderia dar-te aquilo que guardo cá dentro...
Bem no centro
do meu coração,
está a semente,
de onde nasceu este sentimento...

Agora já não posso voltar atrás,
porque dentro de mim estás...
O que mais posso fazer,
se comigo nem queres conviver...
Uma solução sei que vou encontrar,
isto assim não pode continuar...
Já não deixo, este amor nos magoar...



Refrão:

Já não deixo ela sair,
De dentro de uma lembrança...
Renovo assim a minha esperança,
Porque não vou desistir.
É muito grande a dor,
Deste meu amor...
Aquele anjo meu,
Pelos vistos me enlouqueceu...
O culpado sou eu,
Porque a minha defensiva enfraqueceu...

Já não deixo aquele anjo fugir,
Deste sonho, sem explicação...
Fui tentado pela satisfação,
Porque não consegui resistir...
Agora não tenho outra opção,
Ficarás para sempre no meu coração...

De Anjo negro, eu te chamo...
Ao fazê-lo, eu digo que te amo,
De um jeito inexplicável,
Caminhas pelo meu desejo...
Chegas a dar-me um beijo,
Resistir, é improvável...
Já não deixo o tempo passar,
Sem em ti poder falar...
Acredita que não te quero magoar,
Já não deixo de te amar...

segunda-feira, março 13, 2006

" O Inferno "

O Inferno
É a única palavra capaz de descrever
Aquilo que eu não queria ver,
Mas a mensagem que passo para o caderno
Exemplifica o dia que devíamos temer.
Tanto faz se olho para o lado
Esquerdo ou para o lado direito,
Porque foi interceptado
Pelo terrorista aquela
Bomba colada ao seu peito,
Onde vê nela
A benção que seu Deus lhe dera.
Parece que esta é uma nova era,
Homens dão a vida
A um Deus que nada por eles fizera
Depois da tal partida,
Esse Deus em questão
É que é o verdadeiro suicida.
Temos de assegurar a nossa intervenção,
Para acabarmos com esta situação.

É isto que passo para o meu caderno,
O Inferno
Já chegou à Terra,
Porque olho para o meu lado
E só vejo Guerra,
Mas apesar disso, não fico espantado,
Porque o último julgamento será ditado,
E o seu destino aí será traçado.

De repente ouço uma explosão,
Caminho para ver mais de perto
O tamanho dessa destruição.
Um número infinito de vitimas
É o mais certo,
Daqui a pouco o Mundo fica deserto.
Deus, se nos estimas,
Devolve o mal
Ao Inferno,
Porque o que passo para o meu caderno,
É fora do normal
Num Mundo onde divulgamos a Paz,
Mas já parece que é tarde para voltar atrás.
Apesar desta afirmação,
Ainda acredito que isto um dia terá fim.
Podes achar que não,
Mas eu sinto que sim.
Olha bem para mim,
Não quero acabar assim...

É isto que passo para o meu caderno,
O Inferno
Já chegou à Terra,
Porque olho para o meu lado
E só vejo Guerra,
Mas apesar disso, não fico espantado,
Porque o último julgamento será ditado,
E o seu destino aí será traçado.

Quando me aproximei,
Tanto me arrepiei,
Aterrorizado fiquei
Ao ver aqueles corpos todos desfeitos.
(A uma hora atrás eram perfeitos!)
Nem sequer dava para
Para identificar,
Porque cada bocado
Pelo chão se espalhava,
Claro que aquela bomba não devia rebentar.
Isto não passa de mais um atentado,
Onde o nome de Deus foi pronunciado
E aquele gesto, por ele abençoado.
Se Deus existe,
Por que é que ele isto não impediu?
Quando aquela bomba explodiu,
Percebi que ainda persiste
Uma dúvida a respeito da sua existência.
Sem um gesto de clemência,
A fé contribuiu para aquele cenário triste...

É isto que passo para o meu caderno,
O Inferno
Já chegou à Terra,
Porque olho para o meu lado
E só vejo Guerra,
Mas apesar disso, não fico espantado,
Porque o último julgamento será ditado,
E o seu destino aí será traçado.

quinta-feira, março 09, 2006

" Aquilo que faltava "




A vida às vezes é surpreendente.
Apesar de ser tão monótona no Presente.
Quando já achamos que tudo aconteceu,
Aparece algo, que se tinha perdido.
Até o nosso ser se surpreende,
Porque parece que enriquece
O nosso espirito abatido.

Enriquece-o, abrindo janelas
Para que as promessas possam sair,
Visto que, pela porta se recusaram a entrar.
Mostrando um certo apreço,
Ao longo do percurso,
Onde não se sujeitam
Ao cumprimento de um certo contrato
Que lhes impõe o tempo,
Aumentando a duração
Do acto de exclusão...

Foi extenuante essa espera,
Mas agora já tens um principio.
Aquele encontro inesperado,
Abriu o teu coração revoltado,
Que durante esse período, esteve fechado.
É tão modesta,
A tua satisfação.
Este momento crucial,
Mudou o teu destino.
Sei, porque não é curial,
Falar do que aconteceria
Se isto não tivesse acontecido.

(Até o ar ficou lúcido,
Com o brilho dos vossos corações.
Quando os olhos se cruzaram,
Vossas almas se juntaram,
E vossos desejos se abraçaram.)
As horas deixam-se persuadir,
Nesse instante,
Onde os lábios se tocam.

Uma força planeou,
Aquilo que faltava,
Para unir
O que o preconceito receava...
Mas estes dois se amam,
Esses dias perdidos,
Eles juntos reclamam...

quarta-feira, março 08, 2006

" A luz da Alma "



Naquela imagem,
O teu olhar
Parece que por mim está a chamar.
Não sei qual é a mensagem,
Que ele quer passar.
Dá a impressão,
Que ainda não morreste,
Apenas pelo tempo te perdeste.
É na sua intercessão,
Que encontro sinais.
Sinais de quem ainda está vivo.
Esse teu olhar impulsivo,
Contesta a evidencia mais notável.
«Será que isto me é favorável,
tendo em conta, a luminosidade
daquele lustroso olhar?»
A sua clareza,
Joga com a minha certeza,
Levando-me por outro caminho,
Até chegar à incerteza.
«Será que isto só acontece
pelo facto de estar sozinho?»
Desta forma se estabelece,
A intensidade com que olhas para mim.
Mas que força essa luz tem!
«Será que ela da tua alma vem?»
Penso muito, a respeito, desta minha visão,
Como morreste, deve ser só uma impressão,
Apesar de saber qual é a razão.
Despeço-me de ti,
Olhando para ti...
Sei que vais ficar sempre ali,
E olharei outra vez para ti.

sexta-feira, março 03, 2006

" O que era "





O que era, e o que sou,
Tanta coisa mudou
Neste tempo que passou
Agora vejo-me como um MC,
Este dom descobri,
Por isso, caminho por aqui.
Vejo ao meu redor,
Só traição e desconfiança...
Com essa bomba, lá se foi a esperança.
O amor,
Dá lugar à desconfiança,
Onde aquele sentimento
Passou a ser uma lembrança.
Aquele inocente relacionamento
Deu origem àquela criança.
Os seus pais não passam de adolescentes,
Disso eles não estão conscientes,
E lá vêm essas atitudes indecentes.
É muito fácil fazer,
O difícil é entender
Que ele precisa deles para crescer,
Só assim pode amadurecer...

O que era,
E o que sou.
Não sei aquilo que me espera,
Porque tanta coisa mudou.
Mas continuo optimista,
Creio na minha religião.
Sei que sou realista,
Ao ponto de temer
As armas na mão
Do ser Humano.
Minha vida assim não quero perder,
Penso que ainda é cedo para morrer.
Ou eu muito me engano,
E isto não tarda a acontecer.
Será que Deus nesta altura
Me irá valer?
Tem várias formas a tua figura,
Neste mundo, triste de se ver...

O que era, e o que sou,
Parece que tanta coisa mudou
Neste tempo que passou.
Mas eu não sei bem
Onde estou,
Porque ninguém
Ainda, em mim reparou...
Decerto também
Não sabes quem sou,
Porque já não sou o que era,
E quem é que sabe, aquilo que me espera?

quinta-feira, março 02, 2006

" Um segredo "



Todos guardamos um segredo,

A sua revelação

Pode ser tardia,

Ou será revelado hoje de cedo.

Sem permissão,

O escondemos do dia.

A data é desconhecida,

E a hora também...

Nela fica escondida,

A volúpia, entre o mal e o bem...

Aqueles dias que já passaram,

Vociferaram

Às previsões,

Que ainda não foi desta.

E cada uma protesta,

Por ter em conta a sua demora.

Elas sabem que chegará a hora,

Mas não a podem prever.

São umas previsões indignas,

Caminhando pelos enigmas

Deste tal segredo.

Tenho medo,

Porque chegará o dia

Em que revelarei este segredo.

Não é sinónimo de alegria,

A sua revelação.

É esse segredo meu,

Que traça o meu destino.

Foi o teu,

Que não te deixou

Ser mais, do que um menino.