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sábado, maio 13, 2006

"O Poeta"



«O poeta não é aquele que escreve,
Mas sim, aquele que sente.»

Cada verso escrito,
Onde o sentimento fica restrito
Nas palavras que manifestam
O seu interior.
Só que, por vezes, se infestam
De sofrimento. De angustias. De dor.
E o poema vira o fruto
Dessa tristeza sentida no exterior
Por quem lê.
Esses versos que despertam
Sensações misteriosas
Nas pessoas que lêem.
Mas às vezes libertam
Ilusões dolorosas,
Que se sentem, mas não se vêem.

É aquele que sente,
Porque um poema fala por si
Quando é lido com calma.
No momento em que está diante de ti,
A sua interpretação
De uma certa forma acalma,
Aquela ânsia que se manifesta
Através da citação
Daquela incompreensão infesta.
Aquilo que um verso
Chega a induzir,
Torna-se o inverso
Daquilo que chegas a sentir.
No silêncio o poema
Ganha vida,
Encontrando no tema
A voz da partida.

É aquele que sente
Algo, do qual jamais
Alguém conseguirá inibir.
Em si estão presentes,
Os ideais
Que se contrapõem
Às diversas situações embaraçosas.
Por serem manhosas
As suas excêntricas visões.
«Mas o poeta não vive só de ilusões!»

É aquele cavaleiro andante,
Solitário,
Mas puro diletante
Da sua poesia.
Cada poema é o puzzle de um diário,
No qual se codifica a mensagem,
Por entre cada verso.
Só que a focagem
Feita pelo leitor,
Perde-se num sentimento controverso
Àquele que ele sentia.
Tonando-se o recriador,
A um nível sintético,
E também estético.

«Poeta é aquilo que sei ser.
De outra maneira,
Não me conseguiria ver.
Isto não é brincadeira,
Porque é só ao escrever,
Que posso renascer.»

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