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quinta-feira, maio 25, 2006

"Uma curta passagem"

Tão curta é,
Que nem sequer
Chegamos a desfrutar
Devidamente do espaço que nos rodeia.
Sei que vivemos cada dia,
Sem pensarmos
Na curta passagem
Que é a vida.

Simplesmente desfrutamos de cada dia,
Como se fosse o último.
Talvez por obstinação
Do destino,
Ainda acabamos por viver
Durante mais um tempo.
Com isso viramos a presa,
Da própria morte.
Mesmo não sendo licito
Esse rompimento
Com os outros mortais.

(A vida consegue obsequiar
A mãe com outro ser,
Mas mesmo assim,
Ela vai sempre obstar,
Mostrando que este não conseguiu
Substituir o outro filho que partiu.
Foi num tempo ocasional,
Que apoderou-se dele aquele mal).

A nossa estadia neste mundo,
É mesmo uma curta passagem
Que oculta o dia do nosso fim.
Deixando-nos viver
Como prisioneiros
De uma doença sem cura.
Sem que alguém possa
Desvendar quando será o dia exacto
Para partirmos.
Deixarmos de caminhar secretamente,
Pela libertação de cada alma.

«A vida pode ser mesmo curta,
Por isso, preocupa-te mais
Em preservar a união
Entre cada povo;
Em salvaguardar a vida do próximo,
Do que passares os dias
A tecer o teu império.»

Como a vida é curta,
Ainda partes antes de o teres tecido,
E nem sequer desfrutaste
Da oportunidade que te deram.
«Ajuda a prolongar a passagem,
Daquele pobre ser.
Preservando a mensagem,
Deste poema que acabei de escrever.»

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