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sexta-feira, outubro 20, 2006

Eu, o Poeta



Há uns anos atrás,
No tempo em que vivia
Na aldeia onde cresci
O Poeta deu-me
Os primeiros sinais.
Lembro-me de procurar poemas
Nos manuais
Da escola.
Jamais pude prever
Que ele estivesse a nascer
E já dentro de mim
Começasse a crescer.

Libertou-se definitivamente
Quando numa aula
Escreveu o seu primeiro poema.
Era um poema simples,
“A vida”, foi o seu tema.
Desde esse dia começou
A escrever,
A cada poema
Fico a conhecer
Ainda melhor o Poeta.

No tempo em que se mudou
Para a cidade,
Encontrou
A sua liberdade
Nas letras que escreve.
Uma grande mudança
A minha vida teve,
Porque comecei a ver
O Mundo, a enxergar as coisas...
Outrora olhava para elas
E pensava que estava
Tudo bem,
Ou não me questionava
Sobre certas coisas
Que acontecem,
Mas agora essa ideia mudou.
A poesia
O Mundo me mostrou.

Sei que Eu e o Poeta
Somos um só.
Um não vive sem o outro,
Estamos sempre ligados.
Não podemos ser separados,
Porque Eu não sou
Nada sem o Poeta.
E ele não é nada
Sem mim.
Um elo forte nos une
Sendo imune
A qualquer coisa.
É eterna a nossa união!
O nosso fruto nasce no coração
E é saboreado
Em cada verso,
Mas só se a mensagem
For interpretada.

Eu sou o Poeta
Que escreveu este poema.
Escrevo-os todos com amor,
Todos têm o mesmo sabor.
As pessoas têm de saborear bem
Para saberem o que se esconde,
Ou qual foi a semente que fez
O poema germinar.
Não vou deixar de escrever
Por ser sempre pura
A semente que semeio.
O leitor com certeza
Há-de colher
De bom agrado os meus frutos,
Por serem todos cultivados,
Tratados
Com amor.

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