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quinta-feira, janeiro 26, 2006

" Sem Alma "



A poesia é a minha vida,
Fico sem alma
Se ela de mim for retirada.
Quando vivo uma paixão proibida,
Ela me acalma,
Numa adstringência abandonada.
Um verso adversativo,
Por vezes esconde seu lado afectivo.

Ninguém pode condicionar
A liberdade que tenho com ela.
Eu próprio preciso dela,
Para enxergar...
Aqui, não encontro barreiras,
Nem caio em ratoeiras.
Todas as minhas palavras são verdadeiras.

Não há um limite
Entre o céu e o meu pensamento,
Ou aquilo que sinto cá dentro.
Nada omite,
Porque o meu interior foi aberto.
Só que decerto,
Houve quem não percebesse o que escrevi...
Vocês sabem muito bem, que eu estou aqui...

A poesia não é uma ventura,
Dentro de mim está a sua figura,
A sua verdadeira postura.
O seu rosto, é a ternura.
O seu coração, é a doçura.
O seu corpo, é a moldura
De cada poema que escrevo.
A cada verso eu recebo,
Mesuras por passar para a folha de papel,
Uma abelha pousada numa flor.
Onde com o pólen faz o mel,
Eu com amor,
Mergulho no meu interior.

Fico sem alma,
Se perder a palma
Da minha mão.
Utilizo-a para conversar
Com meu coração.
Ele não me irá imputar,
Se escrever algo impuro.
Como o meu ser é puro,
Com a poesia eu enxergo no escuro.

Fico sem alma,
Com esse comentário incessante.
Mas é melhor teres calma,
Porque não estou obcecado.
É tão irritante,
Ser julgado
Sem ser compreendido
Penso que não é proibido
Escrever com uma certa frequência
Já que tenho para isto tendência,
Não posso ser condenado,
Porque pela poesia vou ser libertado.

Não posso indeferir,
Por vezes ela me chega a pedir,
Para uma porta abrir
E assim poder sair.
O teu conselho obsceno,
Aqui não pode entrar.
Não ocupa terreno,
Porque nenhum estrago ele conseguiu causar...
Minha Alma, Minha Vida,
A poesia apareceu depois daquela ferida...

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