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quarta-feira, agosto 30, 2006

A SAGRADA LUZ DO DIA













Hoje passei outra vez
Pela pessoa
Que repete vezes sem conta
Esta frase:
«A sagrada luz do dia.»
Fico com pena ao ouvi-lo, por saber
Que ele não a pode ver,
Porque ficou preso
Na escuridão,
Por alguma razão
Perdeu a sua visão.

A sua vida agora é sem cor,
Deve ser imensa a dor
Que sente dentro de si.
A tristeza por não enxergar
O sol que brilha
E alegra a nossa vida;
As andorinhas que voam
Pelo céu limpo,
Onde nos mostram
O quanto é bom ser livre.
Só que ele ficou prisioneiro
Da sua própria escuridão.
Não pode ser maior
A tua solidão.

Os dias para ele
São sempre iguais.
Não se apercebe
Das tantas transformações
Que sofre este Mundo.
Posso imaginar
O que é olhar
Para qualquer lado
E ver sempre
Uma paisagem fria e escura.
Tudo se desfigura,
Por ter perdido,
Por ter sido proibido
De ver
«A sagrada luz do dia.»

Sei porque é sagrada
A luz do dia,
Ele antigamente a via,
Mas agora não a vê.
O que parece normal,
Acordarmos e vermos o despertar
De cada manhã,
Para ele isso tornou-se sagrado.
Só que a sua vida
Não está mesmo de bom agrado,
Por ser também um mendigo.
Vocês imaginam o perigo
Por que ele passa,
Neste Mundo moderno,
Onde parece mais o Inferno!?

E sabem quais são as dificuldades
Que ele tem de ultrapassar,
Só para poder caminhar
Estando este Mundo
Cheio de obstáculos...
(Sabem?)
Se só DEUS sabe o que um mendigo
De verdade passa,
Então o que passará este?

Acreditem, gostava mesmo de o poder ajudar,
Mas infelizmente não posso!
E você, pode?
Se pode por que não faz nada?
De que lhe adianta a fortuna
Se não é usada
Para fazer o bem?
E para que quer tanto dinheiro
No seu mealheiro,
Se não precisa nem de metade?
Como é que se considera cristão,
Se não é capaz de ajudar um irmão?
Considera-se uma pessoa humilde,
Mas não conseguiu essa fortuna
Através da humildade.
Apesar das perguntas,
Já não quero respostas
Porque viraste as costas
Àquele homem
Que deixou de ver
«A sagrada luz do dia.»

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