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quinta-feira, abril 13, 2006

"Um dia"



Passou apenas um dia,
E tive de novo a tua companhia.
Tive ontem e hoje contigo,
É bom ser teu amigo.
Vejo um outro universo
Quando estás comigo.
Cada verso
Que escrevo,
Percebo
Que não estou só.
Um pedaço
De ti, está dentro de mim.

Sigo cada passo
Teu, com uma certa atenção.
Sendo fruto da dedicação
Que tenho, tendo em conta
Essa dócil personalidade.
Mesmo que tentes passar por forte,
Haverá sempre vestígios
Da sensibilidade
Que completa o teu existir.
Não tenhas receio em admitir
Que não és o que pareces ser,
Porque acabas sempre por sofrer.

(Enquanto estava eu
Em casa à espera,
Pedia ao tempo para passar.
Cada hora não desespera,
Porque queria-me enganar,
Só que a minha vontade era maior.
Seja como for,
Estaria outra vez do teu lado.
Na cama deitei-me a relembrar,
Porque lá parecias estar.
Depois de me ter deitado,
O sono estava-me a tentar.
De repente ouço o telemóvel a tocar,
E li a mensagem que dizia
Que outra vez, encontrar-te-ia...

Já estou cá fora
E espero por ti,
Finalmente chegou a hora...
Olhei, e quando te vi,
Na tua roupa reparei,
Essa roupa adorei.
Porque cada traço
Do teu corpo observei,
Mais uma vez o admirei.)


(A cada passo te aproximavas,
Algo em mim libertavas.
Agora já estás
Outra vez à minha beira.
Não será a última, nem foi a primeira,
Porque sei que outra vez estarás
À minha frente,
Disso eu estou ciente.

Lá íamos nós em direcção
À padaria,
A conversa o seu percurso seguia,
Cada palavra minha
Do meu coração saía.
Ao fazer-te sorrir,
Chego a sentir
Um sentimento especial.
Sei que isto não é normal,
Mas tu também és diferente.
Quando estás presente,
A minha solidão,
Sinto-a ausente.
E tu ocupas meu coração.)

(À padaria chegámos,
Para mal meu
Hoje o pão já estava pronto.
Compraste e viemos embora,
Sabia que chegaria a hora
Do tal adeus.
«Só peço a Deus
Pra que me deixe repetir.
Contigo outra vez queria sair.»

De volta à tua casa falávamos,
Lado a lado, conversávamos.
Sorrisos surgiam,
Nas nossas trocas de olhares
Se perdiam.
Se por acaso este momento recordares,
Podes notar a intensidade
Do brilho dos olhos meus,
Quando a luz dos teus
Invadia o meu ser.
É por causa disso,
Que a minha poesia
Está a florescer.)

(O pão em casa deixaste,
E fomos em direcção
À tua escola.
Abrias cada recordação,
Porque fazia esse percurso agora contigo.
Durante 5 anos lá andei,
Contigo lá entrei.
Imaginei,
Como seria se ainda andasse lá.
Assim podias ir comigo.
No trajecto ainda está,
A tua inconfundível presença.

Viemos da escola a conversar,
Evitava pensar
Que desta vez me irias deixar.
Quando chegámos à passadeira,
Percebi o quanto estavas à beira
Da tua memorável casa.
O tempo é que nunca se atrasa.)

(Chegaste a casa,
No ar fica sempre um sorriso,
Porque despedes-te sempre
Com um no rosto.
Ocupa cada canto do paraíso,
E permanecerá lá sempre.
Recordo-o com gosto,
Em cada ângulo oposto.

Sinto sempre o peso da tua ausência,
A cada vez que entras em casa.
Deve ser a inocência
Dessa luz,
Que ma faz sentir.
Parece que me conduz,
Ao lugar
De onde jamais poderás sair.
Quero-te lá encontrar,
Quando alguém me ferir.)

Mais um dia contigo,
Farei de cada um
O meu abrigo,
Para me libertar
Da minha solidão.
Agradeço-te é a inspiração.
E sempre me irei inspirar em ti.
«Deixa-te estar aí.»

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